quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Roubo ou furto: momento consumativo e populismo penal por Luiz Flávio Gomes

A Quin­ta Tur­ma do Su­pe­rior Tri­bu­nal de Jus­ti­ça (STJ) au­men­tou a pe­na apli­ca­da a dois con­de­na­dos em Por­to Ale­gre por en­ten­der que o rou­bo se con­su­ma tão lo­go o in­fra­tor se apo­de­ra do bem (teo­ria da "a­pre­hen­cio") (STJ, REsp 1.184.444/RS, Quin­ta Tur­ma, rel. Min. Ar­nal­do Es­te­ves Li­ma, j. 17/06/2010).
Se­gun­do no­tí­cia pu­bli­ca­da no si­te do STJ em 9 de ju­lho de 2010:
Rou­bo se con­su­ma tão lo­go in­fra­tor se apo­de­ra do bem
(...) os dois in­fra­to­res, acom­pa­nha­dos de um ado­les­cen­te, sub­traí­ram te­le­fo­nes ce­lu­la­res, re­ló­gio de pul­so, cor­ren­te e anel de pra­ta de três ví­ti­mas que ca­mi­nha­vam nu­ma via pú­bli­ca da ca­pi­tal gaú­cha, além de cer­ta quan­tia em di­nhei­ro.
Na oca­sião, M. A. aproximou-­se das ví­ti­mas em­pu­nhan­do uma fa­ca e, em tom de amea­ça, or­de­nou que lhe pas­sas­sem to­do o di­nhei­ro que le­va­vam con­si­go. Ato con­tí­nuo, U. e o cúm­pli­ce ado­les­cen­te aproximaram-­se e, rei­te­ran­do as amea­ças, exi­gi­ram que os ofen­di­dos lhes en­tre­gas­sem tam­bém seus per­ten­ces. Lo­go após se apo­de­ra­rem dos bens, os in­fra­to­res fu­gi­ram do lo­cal.
A ocor­rên­cia foi re­gis­tra­da por po­li­ciais mi­li­ta­res que, du­ran­te pa­tru­lha­men­to ro­ti­nei­ro, avis­ta­ram as ví­ti­mas pe­din­do au­xí­lio. Uma de­las acom­pa­nhou os po­li­ciais na ten­ta­ti­va de lo­ca­li­zar os in­fra­to­res nas pro­xi­mi­da­des do lu­gar on­de tu­do ocor­reu.
Com o êxi­to da ini­cia­ti­va, foi da­da voz de pri­são aos dois maio­res de ida­de, dez mi­nu­tos de­pois de con­so­li­da­do o cri­me. A res sub­traí­da, ava­lia­da em R$ 1.230, foi ime­dia­ta­men­te re­cu­pe­ra­da e de­vol­vi­da aos pro­prie­tá­rios.
Da no­tí­cia ain­da des­ta­ca­mos:
(...) M.A. e U. fo­ram con­de­na­dos pe­lo Tri­bu­nal de Jus­ti­ça es­ta­dual (TJRS) à pe­na de 4 anos, 10 me­ses e 20 dias de re­clu­são, em re­gi­me ini­cial fe­cha­do, além do pa­ga­men­to de 20 dias-­multa pe­la prá­ti­ca de de­li­to pre­vis­to no ar­ti­go 157, pa­rá­gra­fo 2.º, do Có­di­go Pe­nal.
O ór­gão, no en­tan­to, aco­lheu a te­se de que se tra­ta­va de "de­li­to de for­ma ten­ta­da", co­mo pe­diu a De­fen­so­ria Pú­bli­ca. E jus­ti­fi­cou a de­ci­são sob o fun­da­men­to de que, em­bo­ra os ob­je­tos te­nham si­do sub­traí­dos me­dian­te amea­ça, o rou­bo não te­ria se con­su­ma­do, já que os acu­sa­dos fo­ram pre­sos lo­go após o cri­me, e os bens fo­ram in­te­gral­men­te res­ti­tuí­dos aos le­gí­ti­mos do­nos.
(...) Con­tra­ria­do, o MPRS re­cor­reu ao STJ, so­li­ci­tan­do o de­vi­do au­men­to da pe­na. O pe­di­do foi de­fe­ri­do pe­la Quin­ta Tur­ma do Tri­bu­nal. Pa­ra o mi­nis­tro Ar­nal­do Es­te­ves Li­ma, re­la­tor do re­cur­so es­pe­cial, o bem rou­ba­do não pre­ci­sa ter saí­do do cam­po de vi­são da ví­ti­ma pa­ra a con­su­ma­ção do cri­me.
Es­te se ca­rac­te­ri­za ain­da que o bem se­ja re­cu­pe­ra­do em se­gui­da por seu pro­prie­tá­rio. "A con­su­ma­ção do rou­bo ocor­re no mo­men­to em que o agen­te se tor­na pos­sui­dor da res sub­traí­da me­dian­te gra­ve amea­ça ou vio­lên­cia, sen­do ir­re­le­van­te que a coi­sa saia de es­fe­ra de vi­gi­lân­cia da ví­ti­ma", afir­mou.
Com es­se en­ten­di­men­to, Ar­nal­do Es­te­ves Li­ma de­ter­mi­nou que a pe­na de M.A. e U. fos­se re­di­men­sio­na­da pa­ra 7 anos e 4 me­ses de re­clu­são. O ma­gis­tra­do de­ci­diu, ain­da, que a pri­são se­ja cum­pri­da em re­gi­me ini­cial fe­cha­do, em ra­zão dos maus an­te­ce­den­tes dos réus.
Am­bos são rein­ci­den­tes, ten­do si­do con­de­na­dos pe­la prá­ti­ca de de­li­tos an­te­rio­res. O vo­to con­soan­te com pa­re­cer do Mi­nis­té­rio Pú­bli­co Fe­de­ral, fa­vo­rá­vel ao pro­vi­men­to do re­cur­so foi se­gui­do de for­ma unâ­ni­me pe­los de­mais mi­nis­tros da Tur­ma(1).
Fon­te: www.stj.gov.br, 09 jul. 2010.
Ro­gé­rio San­ches Cu­nha des­ta­ca que no cri­me de rou­bo tutela-­se o pa­tri­mô­nio e a li­ber­da­de in­di­vi­dual da ví­ti­ma(2).
Gui­lher­me de Sou­za Nuc­ci(3) re­cor­da que, por tratar-­se de cri­me ma­te­rial, é im­pres­cin­dí­vel que o bem se­ja to­ma­do do ofen­di­do, es­tan­do em pos­se man­sa e tran­qui­la do agen­te, e con­clui: se "hou­ver per­se­gui­ção e em mo­men­to al­gum con­se­guir o au­tor a li­vre dis­po­si­ção da coi­sa, trata-­se de ten­ta­ti­va".
Em jul­ga­men­to an­te­rior a Quin­ta Tur­ma do STJ já ha­via se pro­nun­cia­do no mes­mo sen­ti­do (REsp 1.098.759/RS)(4).
Idên­ti­ca po­si­ção ado­tou a Sex­ta Tur­ma do STJ. Da emen­ta do REsp 1.098.857/RS(5) trans­cre­ve­mos:
Ade­mais, con­for­me orien­ta­ção fir­ma­da pe­lo Su­pe­rior Tri­bu­nal de Jus­ti­ça, considera-­se con­su­ma­do o cri­me de rou­bo, as­sim co­mo o de fur­to, no mo­men­to em que o agen­te se tor­na pos­sui­dor da coi­sa alheia mó­vel, ain­da que não ob­te­nha a pos­se tran­qüi­la, sen­do pres­cin­dí­vel que o ob­je­to sub­traí­do saia da es­fe­ra de vi­gi­lân­cia da ví­ti­ma pa­ra a ca­rac­te­ri­za­ção do ilí­ci­to.
A Pri­mei­ra Tur­ma do Su­pre­mo Tri­bu­nal Fe­de­ral tam­bém já se ma­ni­fes­tou no mes­mo sen­ti­do. Da emen­ta do HC 95.998/SP(6) des­ta­ca­mos:
1. É de se con­si­de­rar con­su­ma­do o rou­bo quan­do o agen­te, ces­sa­da a vio­lên­cia ou a gra­ve amea­ça, in­ver­te a pos­se da coi­sa sub­traí­da. Des­ne­ces­sá­rio que o bem ob­je­to do de­li­to saia da es­fe­ra de vi­gi­lân­cia da ví­ti­ma.
O sim­ples fa­to de a ví­ti­ma co­mu­ni­car ime­dia­ta­men­te o ocor­ri­do à po­lí­cia, com a res­pec­ti­va cap­tu­ra do acu­sa­do nas pro­xi­mi­da­des do lo­cal do cri­me, não des­ca­rac­te­ri­za a con­su­ma­ção do de­li­to.
Tec­ni­ca­men­te o ca­so des­cri­to (sub­tra­ção e ime­dia­ta per­se­gui­ção, sem ter ha­vi­do pos­se tran­qüi­la) cons­ti­tui rou­bo ten­ta­do. Em vir­tu­de de di­re­tri­zes ideo­ló­gi­cas concluiu-­se pe­la con­su­ma­ção.
Sem pos­se tran­qüi­la (do bem sub­traí­do) ja­mais se po­de afir­mar a con­su­ma­ção (ma­te­rial) do rou­bo, que exi­ge le­são efe­ti­va do bem ju­rí­di­co tu­te­la­do pe­la nor­ma pe­nal. Co­mo é pos­sí­vel con­si­de­rar um cri­me con­su­ma­do sem ter se com­ple­ta­do a le­são ao bem ju­rí­di­co pro­te­gi­do?
Vá­rias são as teo­rias so­bre a con­su­ma­ção (do rou­bo e do fur­to):
a) teo­ria da "a­pre­hen­cio rei": bas­ta que se co­lo­que a mão na coi­sa (que se pe­gue a coi­sa) e o de­li­to já se con­su­ma­ria. É uma teo­ria exa­ge­ra­da e equi­vo­ca­da por­que a con­su­ma­ção exi­ge a efe­ti­va le­são ao bem ju­rí­di­co;
b) teo­ria da "mot­tio": bas­ta­ria a re­mo­ção da coi­sa, o seu des­lo­ca­men­to, pa­ra a con­su­ma­ção do cri­me. Quem ad­mi­te que a me­ra "mot­tio" (re­mo­ção) já se­ria su­fi­cien­te pa­ra a con­su­ma­ção do fur­to ou rou­bo tam­bém se equi­vo­ca (por­que aí ain­da não te­mos a le­são ao bem ju­rí­di­co);
c) teo­ria da "a­bla­tio": a con­su­ma­ção exi­gi­ria a re­mo­ção as­sim co­mo um efe­ti­vo uso da coi­sa, o iní­cio da ven­da coi­sa etc. Tam­bém é uma teo­ria equi­vo­ca­da por­que an­tes da ven­da, do con­su­mo etc. já po­de ter ha­vi­do con­su­ma­ção do cri­me;
d) teo­ria da "lo­tu ple­ta­tio": a con­su­ma­ção exi­gi­ria a efe­ti­va dis­po­si­ção (ven­da) da coi­sa (me­re­ce a mes­ma crí­ti­ca da teo­ria an­te­rior);
e) teo­ria da dis­po­ni­bi­li­da­de: o su­jei­to tem a pos­se tran­qui­la da coi­sa e de­la se apo­de­ra, ou se­ja, tem sua to­tal e tran­qui­la dis­po­ni­bi­li­da­de. O su­jei­to tem a dis­po­ni­bi­li­da­de da coi­sa quan­do po­de di­zer "pos­so usu­fruir, pos­so ven­der, pos­so con­su­mir a coi­sa, es­tou li­vre pa­ra fa­zer tu­do is­so mas não que­ro".
A con­su­ma­ção do fur­to ou do rou­bo é o con­trá­rio da ten­ta­ti­va (em ge­ral) on­de o su­jei­to diz "que­ro con­su­mar, mas não con­si­go" (mas não pos­so). Na de­sis­tên­cia vo­lun­tá­ria ele diz "pos­so con­su­mar, mas não que­ro". No rou­bo ou no fur­to a con­su­ma­ção se dá quan­do o agen­te diz "pos­so usu­fruir, te­nho li­ber­da­de pa­ra is­so, es­tou tran­qui­lo com es­sa coi­sa, mas não que­ro nes­te mo­men­to".
Quem é sur­preen­di­do com a coi­sa quan­do es­tá cor­ren­do, quan­do es­tá es­ca­pan­do, quan­do es­tá dei­xan­do o lo­cal dos fa­tos, quan­do es­tá fu­gin­do, quan­do es­tá se es­qui­van­do da ví­ti­ma ou dos po­li­ciais, quan­do es­tá sen­do per­se­gui­do, quan­do es­tá se dis­tan­cian­do do lo­cal dos fa­tos etc. cla­ro que não tem a dis­po­ni­bi­li­da­de da "res" (da coi­sa), lo­go, es­ta­mos ain­da na es­fe­ra da ten­ta­ti­va.
To­tal­men­te equi­vo­ca­da (com a de­vi­da vê­nia) a de­ci­são da Quin­ta Tur­ma do STJ (STJ, REsp 1.184.444/RS, Quin­ta Tur­ma, rel. Min. Ar­nal­do Es­te­ves Li­ma, j. 17/06/2010).
O fun­do ideo­ló­gi­co pu­ni­ti­vis­ta ou po­pu­lis­ta pe­nal (i­deo­lo­gia do ini­mi­go, que cons­ti­tui a ba­se do Di­rei­to pe­nal do ini­mi­go, que in­te­gra o po­pu­lis­mo pe­nal) es­tá mais do que evi­den­te.
Confundiu-­se cri­me ma­te­rial com cri­me for­mal, con­su­ma­ção for­mal com con­su­ma­ção ma­te­rial, cri­me de le­são com cri­me de pe­ri­go. Con­cei­tos dog­má­ti­cos (técnico-­jurídicos) ele­men­ta­res fo­ram me­nos­pre­za­dos na de­ci­são.
Em vir­tu­de do pre­con­cei­to ideo­ló­gi­co, re­sul­ta­ram atro­pe­la­dos con­cei­tos es­sen­ciais do Di­rei­to pe­nal. A ideo­lo­gia (do ini­mi­go) ge­ra, mui­tas ve­zes, ver­da­dei­ro eclip­se da ciên­cia (pe­nal), nu­ma es­pé­cie de obs­cu­ri­da­de vo­lun­tá­ria, re­sul­tan­te da dis­tor­ção de con­cei­tos.
O pior ce­go, tam­bém quan­do se tra­ta do po­der pu­ni­ti­vo do Es­ta­do, é o que não quer en­xer­gar. Sa­be que tec­ni­ca­men­te es­tá er­ra­do, mas não tem pre­dis­po­si­ção pa­ra su­pe­rar seus pre­juí­zos (pré-­juízos) ideo­ló­gi­cos.
Quan­do se con­su­ma o de­li­to de rou­bo (pró­prio)? Ora, cui­dan­do de de­li­to ma­te­rial (que exi­ge re­sul­ta­do na­tu­ra­lís­ti­co pa­ra a con­su­ma­ção), pa­re­ce evi­den­te afir­mar que o rou­bo pró­prio consuma-­se no mo­men­to em que ocor­re a le­são pa­tri­mo­nial.
Não se tra­ta de cri­me de pe­ri­go (que se con­su­ma­ria com o sim­ples des­va­lor da con­du­ta do­ta­da de pe­ri­cu­lo­si­da­de pa­ra o bem ju­rí­di­co). Não se tra­ta de cri­me for­mal (que tam­bém se con­su­ma­ria com o sim­ples des­va­lor da con­du­ta). Não se po­de nun­ca con­fun­dir o rou­bo (CP, art. 157) com a ex­tor­são (CP, art. 158).
Sob o en­fo­que na­tu­ra­lís­ti­co a ex­tor­são é cri­me for­mal (não ne­ces­si­ta de re­sul­ta­do na­tu­ra­lís­ti­co pa­ra se con­su­mar). Sob o en­fo­que ju­rí­di­co a ex­tor­são é um cri­me de pe­ri­go (não se exi­ge le­são do bem ju­rí­di­co pa­tri­mo­nial, bas­ta seu efe­ti­vo ris­co). O rou­bo (dis­tin­ta­men­te) é cri­me ma­te­rial (e­xi­ge re­sul­ta­do na­tu­ra­lís­ti­co pa­ra se con­su­mar) e de le­são (e­xi­ge le­são efe­ti­va ao bem ju­rí­di­co pa­tri­mô­nio).
Con­clu­são: sem a efe­ti­va (real, con­cre­ta e com­pro­va­da) le­são pa­tri­mo­nial não há que se fa­lar em rou­bo (pró­prio) con­su­ma­do, que exi­ge des­va­lor da con­du­ta (con­du­ta pe­ri­go­sa pa­ra o bem ju­rí­di­co) mais des­va­lor do re­sul­ta­do (le­são pa­tri­mo­nial efe­ti­va).
En­quan­to o agen­te não tem a pos­se tran­qüi­la da coi­sa sub­traí­da (a sua dis­po­ni­bi­li­da­de) não há que se fa­lar em con­su­ma­ção, por­que ain­da não se con­cre­ti­zou o des­va­lor do re­sul­ta­do (a le­são).
Hou­ve um pe­río­do his­tó­ri­co em que a ju­ris­pru­dên­cia bra­si­lei­ra era pra­ti­ca­men­te unâ­ni­me (nes­sa ma­té­ria de con­su­ma­ção do rou­bo ou do fur­to) na ado­ção da teo­ria da dis­po­ni­bi­li­da­de (pos­se tran­qui­la da coi­sa).
Es­sa é a teo­ria cor­re­ta. Com o au­men­to da vio­lên­cia no nos­so país a ju­ris­pru­dên­cia foi se fle­xi­bi­li­zan­do. Da teo­ria da dis­po­ni­bi­li­da­de (pos­se tran­qui­la da res) passou-­se pa­ra a teo­ria da "mot­tio" (re­mo­ção) e ago­ra pa­ra a teo­ria da "a­pre­hen­cio".
A ju­ris­pru­dên­cia, na me­di­da em que a vio­lên­cia vai ex­plo­din­do, vai an­te­ci­pan­do o mo­men­to con­su­ma­ti­vo do fur­to ou do rou­bo. Com is­so pune-­se mais e prende-­se mais.
Quan­do es­te fe­nô­me­no acon­te­ce violando-­se a ló­gi­ca das coi­sas, a na­tu­re­za das coi­sas, menosprezando-­se ca­te­go­rias pe­nais já bas­tan­te es­tu­da­das (con­cei­tos de le­são e de pe­ri­go, de cri­me for­mal e ma­te­rial etc.), não há ne­nhu­ma dú­vi­da que es­ta­mos dian­te de mais uma ma­ni­fes­ta­ção do po­pu­lis­mo pe­nal (que con­ta com uma ideo­lo­gia bem de­fi­ni­da: pu­ni­ti­vis­mo e pe­ni­ten­cia­ris­mo ao ex­tre­mo, ain­da que se sai­ba que o pre­sí­dio não re­cu­pe­ra nin­guém).
No­tas:
(1) STJ, REsp 1.184.444/RS, Quin­ta Tur­ma, rel. Min. Ar­nal­do Es­te­ves Li­ma, j. 17/06/2010.
(2) CU­NHA, Ro­gé­rio San­ches. Di­rei­to pe­nal: par­te es­pe­cial. 3.ª ed. São Pau­lo: RT, 2010, p. 141.
(3) NUC­CI, Gui­lher­me de Sou­za. Có­di­go pe­nal co­men­ta­do. 10.ª ed. São Pau­lo: RT, 2010, p. 734 e 755.
(4) STJ, REsp 1.098.759/RS, Quin­ta Tur­ma, rel. Min. Ar­nal­do Es­te­ves Li­ma, j. 11/05/2010, DJ 31/05/2010.
(5) STJ, REsp 1.098. 857/RS, Sex­ta Tur­ma, rel. Min. Og Fer­nan­des, j. 01/06/2010, DJe 28/06/2010.
[6] STF, HC 95.998-­9/SP, Pri­mei­ra Tur­ma, rel. Min. Car­los Brit­to, j. 12/05/2009, DJe 108, 12/06/2009.
Luiz Flávio Gomes é doutor em Direito penal pela Universidade Complutense de Madri, mestre em Direito Penal pela USP, diretor-presidente da Rede de Ensino LFG e co-coordenador dos cursos de pós-graduação transmitidos por ela. Foi promotor de Justiça (1980 a 1983), juiz de Direito (1983 a 1998) e advogado (1999 a 2001). www.twitter.com/ProfessorLFG. www.blogdolfg.com.brPesquisadora: Christiane de O. Parisi Infante.

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